Por: Fernando Fontainha, Fábio Ferraz de Almeida e Gabriela Maciel
Resumo: Este artigo tem por objetivo restituir os dados referentes ao que chamamos “notoriedade sociocultural” dos ministros do STF. De início, caberá a reflexão sobre
como membros de um grupo dirigente (elite) da sociedade são capazes de circular
em meios paralelos ao seu. Nos interessará em particular a restituição de símbolos
acumulados pelos ministros do STF ao longo das suas trajetórias. Trataremos estes símbolos como expressões do progressivo envolvimento de elites setoriais – no
caso, jurídicas – num contexto mais amplo, secular, produzindo socialmente a
notabilidade. Para tanto, explicitaremos quais dados foram extraidos e como foi
feito seu tratamento, com base nas mais diferentes sortes de condecorações, homenagens, títulos, prêmios e comendas recebidas por eles ao longo de sua trajetória.
Procuraremos, dentre outras abordagens, organizar e categorizar cada uma delas a
partir da sua proveniência (acadêmica, literária, política, militar, etc). Igualmente,
buscaremos analisá-las, no seu conjunto, em relação à etapa em que se encontrava
cada ministro no tocante à sua relação com o STF. Por fim, tentaremos recompor
os conjuntos relacionais que, a partir da instância elitária do Direito, se espraiam
para outras dimensões da vida social, e se (e como) esta reconversão de capital
simbólico pode fornecer subsídios para uma descrição mais fina deste grupo social.