Por Pedro Fernandes
Este trabalho aborda a relação entre o fim da chamada “onda rosa” de governos progressistas, que chegou a constituir um bloco de governos contra-hegemônicos na América do Sul, e o modelo de combate à corrupção adotado no âmbito da Operação Lava-Jato, que gerou fortes impactos econômicos e políticos no Brasil e no continente, contribuindo, em alguns casos, para a ocorrência de “neogolpes”. Argumenta-se que a Lava-Jato é produto do cruzamento entre uma trajetória global de formação de um sistema internacional anticorrupção com uma trajetória doméstica de autonomização e politização das instituições judiciais de controle, em especial do Ministério Público. Busca-se demonstrar que a estruturação deste regime está ligada a considerações de ordem comerciais e geopolíticas por parte dos Estados Unidos e que isso se conecta efeitos políticos e econômicos da Operação no continente.
Palavras-chave: Onda Rosa, Lava Jato, Combate à Corrupção.