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Visconde do Uruguai: realismo periférico, construção do estado e geopolítica na América Ibérica oitocentista

Por Christian Lynch

A presente comunicação tem como objetivo discutir alguns aspectos da atuação política e da obra de Paulino José Soares de Sousa, o Visconde do Uruguai, e sua importância para a formação e consolidação da política externa brasileira. Tendo como objetivo primordial a preservação do Estado nacional e a consolidação da posição do Império brasileiro no contexto das emergentes nações independentes da América ibérica, a atuação de Uruguai à frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros se sustentou na tentativa de manter o máximo de independência possível com relação às grandes potências internacionais e pela busca do equilíbrio e da limitação das pretensões expansionistas no continente. Do ponto de vista teórico, buscamos mostrar como o realismo dos meios, pelo qual Uruguai e a diplomacia brasileira se tornaram célebres, não implica a desconsideração com os valores universais do direito internacional e do liberalismo em voga. Ao contrário, a racionalização da ação política aparece, no argumento de Uruguai, como o único meio possível para alcançar a estabilidade e segurança em um contexto periférico onde os valores universais do direito estão submetidos às circunstancias de constante risco de desordem e facciosismo que animam as disputas políticas do continente.

Palavras-chave: Realismo, Idealismo, Relações Internacionais, Estado Nacional.